Medicina Alternativa, não. Alternativas à Medicina?

Começo dizendo que não existe Medicina Alternativa. Esta é uma expressão criada apenas para confundir o leigo, ou seja, a população não-médica, com a única intenção de se criar um pensamento coletivo de que se esteja sendo tratado de outra forma, diferente da medicina que ele conhece.

Ora, ou é Medicina, ou não é Medicina. O que chamam de “medicina alternativa” engloba várias correntes de “terapias”, que compreendem, entre outras, “terapia holística”, “cromoterapia”, “aromaterapia”, “terapia energética”, “florais de Bach”, “iridologia”, “termoterapia (ou massagem das pedras quentes), “magnetoterapia”, “reflexologia”, e muitas outras que proliferam mundo afora. Na verdade, estas “pseudo-ciências” são consideradas como não-médicas justamente por não existirem estudos científicos sérios que comprovem seus benefícios, embora muitos possam alegar o contrário. Então, não podem ser chamadas de medicina alternativa, mas sim de “alternativas à Medicina”. Deve-se respeitar a opinião de todos que buscam as alternativas de tratamentos, pois a Medicina não é uma ciência exata, e nem tem as respostas para todos os sofrimentos e doenças. A Medicina é uma ciência milenar, baseada em estudos sérios e controlados, mas não é uma ciência perfeita. Apesar disto, está sempre em evolução e em contínua melhora, justamente porque suas pesquisas são sérias e cientificamente embasadas.

Cada um tem o direito de gastar onde quiser seu dinheiro ou procurar o que melhor atenda suas necessidades. Mas quem presta o serviço tem a obrigação de dar todas as informações necessárias. Inclusive esclarecer que determinadas terapias não são parte da Medicina.

Alguns procuram alternativas por experimentação, por curiosidade ou por ter contato com alguém que já as pratica. Outros buscam estas alternativas porque estão insatisfeitos com o que conseguiram na Medicina. Ou por esta não poder fazer mais nada, no caso das doenças terminais, ou por ter sido seduzido por promessas miraculosas. É onde as alternativas encontram terreno fértil para crescer, às vezes apenas servindo como consolo, outras vezes como picaretagem pura e simples. Algumas vezes o paciente não precisa de tratamento médico, mas de atenção, carinho e conforto. E isto nem todos os médicos sabem ou podem dar, e outros profissionais podem fazê-lo melhor.

O centro desta discussão não é dizer o que funciona ou o que não funciona. O que é triste é ver famílias iludidas, gastando dinheiro que muitas vezes não tem, com falsas promessas, atraídas por propagandas enganosas e entrevistas descuidadas com profissionais marqueteiros, que se dizem médicos ou não informam o cliente que o que estão praticando não faz parte da Medicina.

A homeopatia e a acupuntura são reconhecidas hoje como especialidades médicas. Já a medicina estética e a medicina ortomolecular não são reconhecidas, e os Conselhos de Medicina recomendam aos médicos que não se anunciem como especialistas nestas áreas, pois isto seria uma contradição, passível até de punição e denúncia.

Em resumo, o médico só pode se anunciar especialista naquelas áreas que são reconhecidas como especialidades médicas pelo Conselho Federal de Medicina. Nas que não são reconhecidas, não pode haver especialista médico.

Para conhecer as especialidades médicas reconhecidas, o site da Associação Paulista de Medicina – Limeira na internet tem esta informação atualizada: www.apmlimeira.org.br.

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Um comentário em “Medicina Alternativa, não. Alternativas à Medicina?”

  1. Meu pai está numa cama de hospital devido a um iridologista dizer q ele não tinha nada, que era apenas catarro e incomodo na coluna. Depois de uma semana hesitando em ir ao médico e mesmo assim só depois de pedir aprovação do picareta, ele foi diagnosticado: pneumonia! Se tivesse sido o tipo mais grave, já estaria morto em 2 dias. Detalhe, nem médico o cara é, é estudante de psicologia que fez cursinho de 2 meses. Eu vinha alertando eles sobre isso, e eu era sempre visto como o do contra e o cético. Agora estão vendo o que dá confiar nesses picaretas.

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