Voluntários testarão vacina contra H1N1

Institutos começam a recrutar 400 pessoas para estudo da versão brasileira da imunização

LUÍSA ALCALDE, luisa.alcalde@grupoestado.com.br

São Paulo começou anteontem a recrutar voluntários para testar a vacina contra o vírus da gripe A, H1N1 que será produzida no País pelo Instituto Butantã. São necessários 400 candidatos. Desde que o anúncio foi feito, cerca de 50 pessoas por dia ligam para o Butantã, um dos três locais em que é possível se inscrever para os testes.

São procuradas pessoas entre 18 e 50 anos, de ambos os sexos, com boa saúde, sem doenças crônicas e que não tenham contraído o H1N1. Assim, serão aplicados testes sorológicos nos candidatos, para averiguar se eles ainda não tiveram a doença, além de exames sanguíneo e urinário.

Grávidas não podem participar. A pesquisa vai durar cerca de dois meses. Serão avaliadas a eficácia, tolerância e segurança de 13 grupos de vacinas contra o vírus influenza A (H1N1), desenvolvidas pelo Butantã. O que varia em cada uma delas é a concentração de antígeno viral (matéria-prima) e adjuvante, uma substância que potencializa o poder imunizante da vacina. A fórmula desenvolvida pelo Butantã foi feita a partir de antígeno importado.

Cada candidato receberá duas doses da vacina em intervalos de 21 dias. “Queremos saber se ela será capaz de imunizar com uma dose ou se haverá necessidade de reforço. Se com uma dose menor do antígeno conseguirmos os resultados esperados, poderemos duplicar as doses”, afirma Alexander R. Precioso, diretor médico de ensaios clínicos do Instituto Butantã e coordenador geral do estudo.

Ele diz que o vírus usado nas fórmulas das vacinas em teste é do tipo inativado (morto) e não produz contra indicações diferentes das clássicas registradas por outras vacinas, como vermelhidão na área de aplicação, dores no corpo e febre.

A escolhida a ser produzida pelo Butantã será a vacina que conseguir associar maior segurança com alta capacidade de imunização. Segundo Precioso, a pesquisa deve ser concluída em março.

O passo seguinte será registrar a vacina e pedir autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para distribuí-la e aplicá-la no País. Após esse trâmite burocrático, o responsável pelo estudo calcula que a produção da vacina nacional contra a gripe A possa ser iniciada ainda em 2010 ou em 2011. Mas ele explica que não dará tempo de aplicá-la neste Inverno, época em que o vírus circula com maior intensidade.

A adesão ao estudo não é remunerada porque o pagamento é proibido por lei. Quem for escolhido receberá vale-transporte e lanche. Interessados podem se inscrever pelos telefones: 0800-701-2850, (11) 3069-8833 e (11) 3091-9241.

O estudo será conduzido pelo Centro de Pesquisa do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), Centro de Pesquisa do Hospital Universitário da USP e Instituto Butantã.

QUEM PODE

  • Adultos entre 18 e 50 anos de idade, de ambos os sexos, podem participar do estudo
  • É necessário ter boa saúde e não ser portador de doenças crônicas
  • É imprescindível não ter contraído o vírus Influenza H1N1
  • Grávidas e portadores de HIV não podem se candidatar

Fonte: Jornal da Tarde

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