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Maioria dos pontos de venda de cigarros é próxima de escolas

Pesquisa Datafolha constatou que o número de pontos de venda de São Paulo que dizem receber incentivos da indústria tabagista também é maior quando há escolas nas redondezas.

Os lojistas afirmam ganhar mais benefícios (como descontos) para colocar marcas novas de cigarros em local de maior visibilidade e dar treinamento ao vendedores.

“Nunca percebi que é mais fácil comprar o cigarro perto da escola. Comecei a fumar há dois anos por influência dos amigos do grupo”, diz Marcos Fernando, 18, aluno de uma escola pública na região da avenida Paulista.

“A primeira coisa que a indústria pensa é em repor a clientela porque sabe que muitos fumantes vão morrer”, afirma Stella Martins, médica do Cratod especialista em dependência química.

“O cigarro é misturado à diversão da crianças, que são os doces. No caixa, elas têm a sensação de que aquilo é tão bom quanto o chocolate”, diz a publicitária Regina Blessa, especialista em merchandising de pontos de venda.

“Isso gera um contingente enorme de novos fumantes”, diz Jussara Fiterman, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia.

Fonte: Folha Online

Lei anti-fumo completa um ano com adesão maciça

Balanço realizado pela Secretaria de Estado da Saúde revelou que, desde a entrada em vigor da Lei Antifumo, no dia 7 de agosto, foram registradas em todo o Estado 736 autuações por desrespeito à norma. Dessas, 374 multas foram aplicadas em São Paulo e 362 foram no interior. No período, foram realizadas 322.033 ações de fiscalização (83.235 na capital paulista e 238.798 no interior).

Como vem ocorrendo desde o início da implantação da lei, o índice de cumprimento à norma manteve-se superior a 99%, tanto na cidade de São Paulo quanto nas demais regiões do Estado. Cerca de 500 fiscais da Vigilância Sanitária e do Procon foram especialmente treinados para fiscalizar o cumprimento da lei. Eles seguem realizando blitze diárias, em diferentes horários, incluindo madrugadas.

Na capital paulista, a zona sul foi a região com maior número de autuações registradas (105). Em seguida, vieram a região central (78), zona leste (74), zona norte (67) e zona oeste (50).

O alto índice de cumprimento e o respeito e apoio da população à lei já vem trazendo benefícios à saúde pública, confirmado em pesquisas que vêm sendo realizadas. Estudo realizado pelo Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas em cerca de 700 estabelecimentos do Estado, como bares e restaurantes, revelou que houve uma redução de 73,5% nos níveis de monóxido de carbono no interior desses ambientes. Os freqüentadores e funcionários desses estabelecimentos foram alguns dos grandes beneficiados pela lei. Continue lendo Lei anti-fumo completa um ano com adesão maciça

Tabaco: dependência e doença

As pessoas ainda não consideram a dependência do tabaco como uma doença. Além disso, muitos desconhecem a relação entre o vício do cigarro e as patologias que ele causa ao longo da vida.

Preocupados em descobrir se as pessoas leigas sabem que ser viciado em cigarro de tabaco é doença e também se elas identificam que o vício causa doenças específicas, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu resolveram fazer o estudo com pacientes internados por quaisquer doenças, relacionadas ou não ao tabaco, em hospital público. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 40% consideram o tabagismo como sendo doença e um número ainda menor vincula doenças ao vício.

De acordo com o artigo que apresenta os resultados do trabalho, publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia de março/abril de 2010, Irma de Godoy e colegas estudaram 186 pacientes com relação a hábitos ativos e passivos de tabagismo, aspectos demográficos, causa da internação e conhecimento deles sobre a relação entre tabagismo e doença. Avaliadas as respostas dos questionários aplicados, o grupo de pesquisa identificou 22,6% de fumantes, 34,4% de ex-tabagistas, 43% de pacientes que disseram nunca ter fumado e 73% com história de exposição passiva ao fumo.

“O diagnóstico de admissão foi o de doença possivelmente relacionada ao tabaco em 21,5% dos pacientes e em 39% dos fumantes ativos e ex-fumantes” e “a proporção de fumantes e ex-fumantes que não conheciam a associação entre o tabagismo e a causa de internação foi similar (56% vs. 65%)”, escrevem os autores. Eles explicam que “apenas 19% dos fumantes e 32% dos ex-fumantes acreditavam que o tabagismo tivesse afetado sua saúde” e que “a proporção de ex-fumantes e de não fumantes que acreditavam que parar de fumar é uma questão de vontade foi significativamente maior que aquela de fumantes ativos (64% e 53%, respectivamente, vs. 24%”. Finalmente, diz o texto, “embora 96% dos pacientes acreditassem que o tabagismo cause dependência, apenas 60% identificavam o tabagismo como uma doença”.

Fonte: Agência Notisa, citada no Informativo ANAMT

SUS busca indenização junto à indústria do tabaco

O objetivo é obter o ressarcimento pelos gastos do sistema público de saúde com o tratamento de doenças decorrentes do fumo.

O governo espera a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo Congresso para ingressar com novas ações na Justiça contra a indústria do tabaco. A expectativa é que a cobrança atinja bilhões de reais. Nos Estados Unidos, a indústria de cigarros pagou, nos anos 90, US$ 246 bilhões ao governo como indenização pelos gastos com o tratamento de pessoas que tiveram problemas por causa do uso do tabaco. No Brasil, o objetivo segue a mesma linha após a aprovação, que deverá ocorrer nesta semana. Continue lendo SUS busca indenização junto à indústria do tabaco

31 de maio: Dia Mundial sem Tabaco – A vez das mulheres

O Dia Mundial sem Tabaco deste ano, comemorado nesta segunda-feira (31), terá como alvo as mulheres. O tema de 2010, escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é gênero e tabaco com ênfase no marketing para as mulheres. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 40% das mortes de mulheres com menos de 65 anos são causadas pelo consumo de tabaco.

O objetivo da campanha é alertar sobre as estratégias que a indústria do tabaco usa para atingir o público feminino e os males que o cigarro causa à saúde e ao meio ambiente. De acordo com a OMS, as mulheres hoje são o principal alvo da indústria do tabaco.

Segundo a OMS, o cigarro mata por ano mais de 5 milhões de pessoas – entre as quais, 1,5 milhão de mulheres. Se não forem tomadas medidas urgentes, alerta a OMS, o uso do tabaco poderá matar mais de 8 milhões de pessoas até 2030, dos quais 2,5 milhões serão mulheres. A maior incidência será entre as de baixa renda.

Atualmente, o mundo tem 1 bilhão de fumantes – entre eles, 200 milhões de mulheres. De acordo com a OMS, enquanto o tabagismo cai entre os homens, em alguns países aumenta o número de mulheres fumantes. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada em 2008, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, mostra que no Brasil o tabagismo está caindo. Entretanto, a queda é menor entre as mulheres do que entre os homens.

Fonte: Folha OnLine

Adolescentes que fumam uma só vez ao mês podem se tornar dependentes

Adolescentes que fumam uma vez ao mês podem estar no caminho para a dependência, principalmente se apresentarem sintomas precoces, como ânsia de fumar ou irritação quando não podem fazê-lo. Essa é a conclusão de um estudo feito na Universidade de Massachusetts (EUA) e publicado no periódico científico “Pediatrics”, que acompanhou voluntários durante quatro anos.

Os adolescentes foram submetidos a 11 entrevistas individuais, de 2002 a 2006, sobre a presença de sintomas da dependência. Neste período, 62% deles fumavam ao menos uma vez por mês, 52% tinham sintomas de dependência e 40% tornaram-se fumantes diários.

Os pesquisadores observaram que a frequência com que os jovens fumavam era um indicativo de sintomas de dependência na entrevista seguinte.

Por sua vez, o número de sintomas estava relacionado a um aumento da frequência de consumo. Fumar no mínimo uma vez ao mês -ou por semana, como ocorreu em alguns casos- foi um fator de risco forte para o aparecimento de sintomas, como grande desejo de fumar, seguido por sintomas de abstinência da nicotina, aumento da frequência de consumo para diária e relatos de sensação de dependência e de dificuldade para se controlar.

Fontes: Pediatrics e Folha Saúde

Acupuntura e laserterapia para parar de fumar

Até o momento não há nenhuma evidência que o tratamento com acupuntura, acupressão, laserterapia ou eletroestimulação são efetivos para o tratamento de cessação de tabagismo.

Embora alguns pacientes consigam parar com estas técnicas, uma revisão de trabalhos científicos feita pela Biblioteca Cochrane não mostrou que estas técnicas sejam superiores até mesmo quando nada é feito. Ou seja, parar por conta própria é tão eficaz quanto o uso destas terapias.

Fonte: Acupuncture and related interventions for smoking cessation, Cochrane Library, 2010.

Fumo afeta a circulação das crianças e adolescentes

O fumo passivo pode afetar a saúde das artérias bem mais cedo do que se acredita. Crianças e adolescentes que moram com pessoas fumantes já apresentam, em consequência, um espessamento das paredes dos vasos, conforme revela uma pesquisa finlandesa publicada no periódico “Circulation”. Até este momento, esse efeito da exposição à fumaça do cigarro não havia sido estudado em menores de 18 anos.

A pesquisa envolveu 494 crianças de oito a 13 anos. Os cientistas mediram vários parâmetros que avaliam a saúde das artérias e verificaram que, nas pessoas expostas ao cigarro, os indicadores eram piores.

Os participantes foram divididos em grupos conforme os níveis de cotinina encontrados no sangue – esse subproduto da nicotina é o principal marcador para exposição à fumaça.

Um exame de ultrassom mediu o espessamento da aorta e da carótida. Os resultados da análise mostram que as crianças com mais cotinina no sangue tinham paredes das carótidas 7% mais espessas, em média, do que aquelas com níveis mais baixos da substância.

A aorta dos integrantes do grupo exposto à fumaça de cigarro mostrou-se 8% mais espessa, em média.
A flexibilidade das artérias do braço –ou fluxo da artéria braquial–, outro parâmetro da saúde dos vasos e do risco cardiovascular, mostrou-se 15% inferior nos adolescentes com níveis mais altos de cotinina. O colesterol desses pesquisados também estava elevado.

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