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Por trás da fumaça do narguilé

“Os efeitos que o narguilé provoca são os mesmos do cigarro. Na verdade, os efeitos são potencializados  pelo maior volume inalado. Pode causar dependência física e psíquica, câncer de pulmão, de vias aéreas, da boca e língua, doenças cardíacas e todas as demais relacionadas ao fumo”, argumenta dr Luiz Ricardo, que também é responsável pela edição do site http://www.pneumologia.med.br, criado para alertar fumantes sobre os males do fumo, incluindo o narguilé.

Uma sessão de narguilé, como se chamam as experimentações quase sempre coletivas da substância, “expõe o usuário à inalação de fumaça por um período muito maior que o cigarro, pois uma sessão dura até cerca de uma hora, com um volume de tragadas de até um litro. O cigarro, para comparação, dura entre cinco a sete minutos, com cerca de 50 ml. Portanto, em uma sessão o volume pode ser equivalente a 100 cigarros ou mais. É uma exposição mais prolongada e mais concentrada, desta forma potencializando os riscos ao organismo. As quantidades de metais pesados, de nicotina, monóxido de carbono e substancias cancerígenas também estão aumentadas”, alerta o médico.

Veja  a reportagem completa no site do “OEstadoRJ

Cocaína e nicotina acionam os mesmos mecanismos no cérebro

Uma pesquisa da Universidade de Chicago, nos EUA, descobriu que a nicotina e a cocaína acionam os mesmos mecanismos do cérebro quando são consumidas pela primeira vez. O estudo saiu na publicação científica “Journal of Neuroscience”.

Os neurocientistas aceitam que o aprendizado e a memória sejam codificados pelo cérebro por meio de um processo chamado plasticidade sináptica, que é o fortalecimento e o enfraquecimento das conexões entre os neurônios. Quando dois neurônios se ativam com muita frequência, a ligação entre eles fica mais forte, e eles se tornam mais capazes de interagir.

“Sabemos com certeza que há grandes diferenças na forma como essas drogas afetam as pessoas, mas a ideia de que a nicotina trabalha com as mesmas conexões que a cocaína indica por que tantas pessoas têm dificuldades em largar o tabaco, e por que tantos que experimentam a droga acabam se viciando”, afirmou Daniel McGehee, neurocientista da mesma universidade que também se dedica a este campo de estudos.

Veja a notícia completa no G1

Tabaco: dependência e doença

As pessoas ainda não consideram a dependência do tabaco como uma doença. Além disso, muitos desconhecem a relação entre o vício do cigarro e as patologias que ele causa ao longo da vida.

Preocupados em descobrir se as pessoas leigas sabem que ser viciado em cigarro de tabaco é doença e também se elas identificam que o vício causa doenças específicas, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu resolveram fazer o estudo com pacientes internados por quaisquer doenças, relacionadas ou não ao tabaco, em hospital público. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 40% consideram o tabagismo como sendo doença e um número ainda menor vincula doenças ao vício.

De acordo com o artigo que apresenta os resultados do trabalho, publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia de março/abril de 2010, Irma de Godoy e colegas estudaram 186 pacientes com relação a hábitos ativos e passivos de tabagismo, aspectos demográficos, causa da internação e conhecimento deles sobre a relação entre tabagismo e doença. Avaliadas as respostas dos questionários aplicados, o grupo de pesquisa identificou 22,6% de fumantes, 34,4% de ex-tabagistas, 43% de pacientes que disseram nunca ter fumado e 73% com história de exposição passiva ao fumo.

“O diagnóstico de admissão foi o de doença possivelmente relacionada ao tabaco em 21,5% dos pacientes e em 39% dos fumantes ativos e ex-fumantes” e “a proporção de fumantes e ex-fumantes que não conheciam a associação entre o tabagismo e a causa de internação foi similar (56% vs. 65%)”, escrevem os autores. Eles explicam que “apenas 19% dos fumantes e 32% dos ex-fumantes acreditavam que o tabagismo tivesse afetado sua saúde” e que “a proporção de ex-fumantes e de não fumantes que acreditavam que parar de fumar é uma questão de vontade foi significativamente maior que aquela de fumantes ativos (64% e 53%, respectivamente, vs. 24%”. Finalmente, diz o texto, “embora 96% dos pacientes acreditassem que o tabagismo cause dependência, apenas 60% identificavam o tabagismo como uma doença”.

Fonte: Agência Notisa, citada no Informativo ANAMT