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Narguilé: Perguntas e respostas

Fonte: Uso de narguilé: efeitos sobre a saúde, necessidades de pesquisa e ações recomendadas para legisladores – INCA/Ministério da Saúde

O que é narguilé?

Narguile, narguilé, arguile, shishah ou hookah é um dispositivo utilizado para fumar, semelhante a um cachimbo, de formatos variáveis, geralmente se assemelhando a um vaso comprido, onde se aspira a fumaça proveniente de tabaco, geralmente aromatizado, mas também ópio, maconha ou haxixe, que passa através de um líquido antes de ser aspirada.

É algo novo ou já existe há muito tempo?

Tem sua origem no Oriente, e há conhecimento de seu uso há mais de quinhentos anos, sendo utilizado por árabes, na Índia, no Norte da África, na China e sul da Ásia. Com a difusão da televisão a cabo primeiramente, e depois com a internet, seu uso se espalhou em todos os continentes.

Quais são as partes de um narguilé?

O tipo mais comum basicamente inclui um fornilho ou vaso para o tabaco (no qual o tabaco é colocado), um corpo, um vaso para água, uma mangueira e um bocal.

Narguilé
Narguilé típico do Oriente Médio

Como se faz o uso do narguilé?

Os furos no fundo do fornilho permitem que a fumaça passe no canal central do corpo que é submerso em água (ou álcool, ou refrigerante), enchendo o vaso de água até a metade. Uma mangueira sai do topo do vaso de água e termina com um bocal, que o fumante usa para inalar. Uma pedra ou um briquete de carvão é instalado na parte de cima do fornilho cheio de tabaco, geralmente separado do tabaco por uma folha de alumínio perfurada. Depois de o fornilho ser carregado e o carvão aceso, o fumante inala pela mangueira, aspirando o ar de dentro e ao redor do carvão. O ar quente resultante, que também contém produtos da combustão do carvão, passa então pelo tabaco que, ao ser aquecido, produz a fumaça principal. A fumaça passa pelo corpo do narguilé, borbulha na água do vaso e é carregada pela mangueira até o fumante.

Como é feito o fumo para o narguilé?

Conhecido popularmente como essência, o fumo para narguilé é feito com tabaco, melaço (um subproduto do açúcar) e frutas ou aromatizantes. Os aromas são bastante variados: encontra-se de frutas (como pêssego, maçã verde, coco), flores, mel e até mesmo coca-cola, vinho e Red Bull. Também é possível encontrar essências não aromatizadas, menos populares.

Há diferentes tipos de narguilés?

Há diferenças regionais e culturais nas características de design do narguilé, como o tamanho do fornilho ou do vaso de água, além do número de bocais. Contudo, todos os narguilés têm água onde a fumaça passa antes de chegar ao fumante.

O fato da fumaça passar pela água a deixa mais inofensiva?

Essa é uma crença bastante antiga, mas é infundada. Não há nenhuma comprovação que o líquido purifique ou amenize os efeitos do tabaco no organismo. Essa crença, aliás, é utilizada como ferramenta de marketing, induzindo as pessoas a acreditarem que seja realmente mais inofensiva.

Por que houve uma disseminação do narguilé em todo o mundo?

Pode se citar: a introdução do tabaco aromatizado, a aceitabilidade social por causa da cultura de cafés e restaurantes e os avanços na comunicação em massa e nas mídias sociais, além da falta de políticas e de regulação específicos para narguilé.

Sabe-se que o tabagismo devido aos cigarros está caindo, mas e o hábito de fumar com narguilé?

Principalmente no Brasil e em outros países que adotaram uma política de combate ao fumo, houve queda significativa no número de fumantes. No Brasil, hoje temos menos de 10% de fumantes na população. Por outro lado, o hábito de fumar com narguilé vem aumentando progressivamente em todo o mundo e estima-se que haja cerca de 300.000 adeptos no Brasil.

O que se sabe sobre as substâncias presentes na fumaça do narguilé?

Foram identificados diversos carcinógenos e substâncias tóxicas, tais como nitrosaminas específicas do tabaco, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) (por exemplo, benzo[a]pireno e antraceno), aldeídos voláteis (por exemplo, formaldeído, acetaldeído e acroleína), benzeno, óxido nítrico e metais pesados (arsênico, cromo e chumbo). O carvão, por sua vez, contribui com altos níveis de monóxido de carbono (CO) e a geração do carcinógeno HAP2. Alguns desses produtos químicos são classificados pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc, do inglês International Agency for Research on Cancer) como carcinógenos humanos. Em 2014, foi relatado que as pessoas expostas à fumaça de narguilé têm risco de leucemia por causa da assimilação de benzeno.

Existem outros fatores que contribuem para maior prejuízo no uso do narguilé?

Sim. Uma sessão de narguilé pode durar em média uma hora, até várias horas, e há a constante reposição do tabaco e do carvão. Além disso, o número de tragadas dadas, o volume da tragada, a duração das tragadas e o intervalo entre as tragadas consecutivas, bem como o design e a construção do narguilé podem piorar ainda mais a situação. Os narguilés não são padronizados, apesar dos esforços para tentar uniformizá-los, bem como há muita variação na composição dos tabacos utilizados.

Em média, uma sessão de narguilé equivale a quantos cigarros?

O cigarro, para comparação, dura entre cinco a sete minutos, com cerca de 50 ml. Uma sessão de narguilé expõe o usuário à inalação de fumaça por um período muito maior que o cigarro, pois uma sessão dura em média uma hora, com um volume de tragadas de até um litro. Portanto, em uma sessão o volume pode ser equivalente a 100 cigarros ou mais, dependendo é claro do tempo, das reposições do tabaco, do número de usuários compartilhando o narguilé.

O efeito da fumaça então é prejudicial tanto quanto o do cigarro?

Do mesmo modo como acontece com a fumaça do cigarro, os relatórios sobre o conteúdo tóxico da fumaça de narguilé variam muito. No entanto, todos os estudos até o momento indicam que, durante uma sessão típica de uso de narguilé, o usuário tragará grandes doses de substâncias tóxicas (variando desde o equivalente a menos de um cigarro até dezenas). É uma exposição mais prolongada e mais concentrada, desta forma potencializando os riscos ao organismo. As quantidades de metais pesados, de nicotina, monóxido de carbono e substancias cancerígenas também estão aumentadas.

São anunciados equipamentos que filtram a fumaça do narguilé, ou até que são mais ecológicos. Isso é verdade?

Assim como nos cigarros com piteiras ou filtros, isso não ocorre. Não há nenhuma comprovação de benefício com o uso desses dispositivos ou que por serem mais ecológicos sejam menos prejudiciais.

Quais são os efeitos já conhecidos do narguilé para nossa saúde?

O narguilé tem efeitos prejudiciais sobre o sistema respiratório, o sistema cardiovascular, a cavidade bucal e os dentes. Os fumantes de narguilé, em longo prazo, têm mais incidência de doença pulmonar obstrutiva crônica e doença periodôntica. A emissão de altos níveis de CO leva à síncope nos usuários, por causa da intoxicação secundária por CO pela formação de carboxi-hemoglobina, que compromete o transporte de oxigênio suficiente para as partes do corpo, incluindo o cérebro. O envenenamento agudo por CO nos usuários de narguilé também foi documentado. Alguns dos efeitos, como batimento cardíaco elevado e hipertensão, são consistentes com os efeitos bem conhecidos da nicotina. O consumo de narguilé parece impedir a função pulmonar e a capacidade de exercício e suscitar fisiologicamente mudanças nos biomarcadores de inflamação Esses efeitos são consistentes com a noção de que a fumaça de narguilé proporciona doses psicologicamente ativas não somente de nicotina, mas também de outras substâncias tóxicas, sugerindo que o uso constante de narguilé pode levar a doenças em longo prazo.

Quais são as doenças que tem maior risco com o uso de narguilé?

Câncer bucal, de garganta, pulmão, de esôfago, gástrico e de bexiga. Doenças respiratórias crônicas, como a bronquite crônica, piora de doenças já existentes, como a asma. Piora das doenças alérgicas, como a rinite. Doenças cardiovasculares, como as doenças coronarianas. Prejuízo ao recém-nascido, como baixo peso ao nascer. Foram descritas ainda riscos de tuberculose, herpes e hepatite C como consequência de uso compartilhado de bocais, mangueiras e narguilés.  Piora da fertilidade, saúde mental e doença do refluxo gastro-esofágico.

Assim como no cigarro, existe também exposição passiva ao narguilé?

A fumaça de segunda mão, emitida diretamente de narguilés na atmosfera ao redor, também contém substâncias tóxicas. Os estabelecimentos em que há consumo exclusivo de narguilé tendem a ter maiores concentrações de matéria particulada respirável do que onde é permitido somente o uso de cigarros. Considerando uma base de fumante/hora, o consumo de narguilé resulta em maiores emissões de monóxido de carbono e substâncias nocivas do que o consumo de cigarro. Trabalhadores em locais onde é permitido o consumo de narguilé também tem possibilidade aumentada de desenvolverem doenças pulmonares crônicas.

Fumar narguilé causa dependência?

Todas as evidências – desde os estudos de moléculas até os estudos da populações humanas – convergem para a conclusão que o uso de tabaco para narguilé causa doenças comumente associadas ao consumo de cigarro, inclusive dependência química. Além disso, o hábito de fumar narguilé também pode ser uma ponte para o uso de cigarros, principalmente entre os jovens, o que já está bem documentado. Como o uso de narguilé tem um comportamento mais coletivo e é menos “portátil” que o cigarro, exigindo mais equipamentos e mais tempo para o uso, a necessidade de uso mais frequente da nicotina faz com que o hábito de fumar cigarros possa ser complementar ao uso do narguilé.

Pais fumantes, filhos fumantes. Também se aplica aqui esta máxima?

Embora a porcentagem de fumantes tenha diminuído, o fato do narguilé ser de uso coletivo, muitas vezes com compartilhamento familiar, faz com que os jovens também se tornem adeptos e o encarem como menos prejudicial do que o cigarro. Então, pode-se afirmar que também se aplica neste caso. A tendência de aumento entre os jovens é observada em todo o mundo.

Fonte: Uso de narguilé: efeitos sobre a saúde, necessidades de pesquisa e ações recomendadas para legisladores – INCA/Ministério da Saúde

Cresce o número de mulheres com câncer

O número de pacientes com câncer não para de crescer em todo o mundo e existem cada vez mais mulheres no planeta que serão afetadas pela doença em algum momento da vida. De acordo com dados da Agência Internacional para a Pesquisa sobre câncer (IARC, na sigla em inglês), publicados em 2019, uma em cada seis desenvolve o mal.

Veja mais informações no link do G1

Lei anti-fumo entra em vigor em todo o país

Na próxima terça-feira, dia 3/12/2014, entra em vigor a Lei Anti-fumo em todo o país. A lei proíbe, entre outras coisas, fumar em locais fechados, públicos ou privados. Especialistas em saúde dizem que a lei é um avanço e vai beneficiar principalmente aos não-fumantes. A lei também extingue os fumódromos e proíbe a propaganda de cigarros até mesmo nos pontos de venda.

Veja mais na Folha OnLine

Pausas para fumar causam prejuízos às empresas

As pausas feitas pelos trabalhadores para fumar durante o horário do expediente custam aos empregadores mais do que eles imaginam. No Reino Unido, um estudo indica que o custo para as empresas pode chegar a US$ 14,5 bilhões por ano.

O fumante britânico faz em média quatro pausas para fumar durante o dia, com duração de cerca de 10 minutos cada uma, diz o estudo realizado pelo Centro de Pesquisas em Economia e Negócios e digulgado pela rede americana CNBC.

Isso equivale a 136 horas de tempo produtivo perdido por ano para cada fumante, segundo a pesquisa. O custo por fumante é de US$ 2,5 mil.  O centro de pesquisas constatou que os fumantes representam cerca de 20% da força de trabalho no Reino Unido.

Veja mais no site do Estadão

Tabagismo cai menos em pessoas com baixa escolaridade

Apesar de o percentual de fumantes ter caído no Brasil à quase metade do que era no fim da década de 1980, essa diminuição foi consideravelmente menor entre pessoas com baixa escolaridade.

O dado sugere que políticas antitabagismo elaboradas nas últimas décadas tiveram alcance maior entre pessoas de maior escolaridade.

É o que aponta uma análise lançada ontem pela Fiocruz, ACT (Aliança de Controle do Tabagismo) e Universidade Federal Fluminense.

O estudo compara as prevalências de tabagismo na população de 15 anos ou mais encontradas em duas pesquisas nacionais -uma feita em 1989 e a outra, em 2008.

Nesse intervalo, o percentual de fumantes passou de 32% para 17,2%. A presença do fumo caiu 57,2% entre pessoas com pelo menos um ano de ensino universitário (12 anos de estudo no total). Em 2008, o tabagismo alcançava 10,9% dessa faixa.

Veja a matéria completa  no site da Folha de São Paulo

Estresse é causa importante de recaída do tabagismo

Do total de fumantes que fazem tratamento para deixar o cigarro, cerca de 30% voltam a fumar. Situações agudas de estresse e ansiedade, como perda de pessoas queridas, separações e problemas financeiros, são as principais causas de recaída. É o que mostra um estudo realizado com 820 pacientes no país.

O levantamento foi coordenado pela cardiologista Jaqueline Scholz, do Instituto do Coração (Incor). A médica é criadora do Programa de Assistência ao Fumante (PAF), utilizado atualmente em 19 instituições.

O estresse agudo foi o gatilho para que 31% dos ex-fumantes que retomaram o vício.

A maioria das recaídas (cerca de 60%) ocorre nos três primeiros meses de tratamento – a fase mais crítica. Vencida esta etapa, o índice cai para 17% a 20% no período de um ano e despenca para 1,5% após 12 meses.

Os dado foram apresentados em março no congresso da Sociedade para Pesquisa Sobre Nicotina e Tabaco, nos EUA.

Veja o artigo completo aqui no UOL Notícias

Dia Mundial sem Tabaco comemora 24 anos

O tabagismo mata cerca de 5 milhões de pessoas por ano no mundo – 200 mil no Brasil. Para combater o hábito de fumar e divulgar informações sobre os males causados pelo cigarro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) institui, desde 1987, o 31 de maio como Dia Mundial Sem Tabaco.

A pneumologista Maria Vera Cruz de Oliveira Castellano, coordenadora do Ambulatório de Tabagismo do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, explica o motivo da dependência: “O cigarro tem nicotina. Essa substância estimula a produção de dopamina e serotonina, que dão sensação de prazer e deixam a pessoa em alerta, ou seja, sensações agradáveis. Mas, depois de uma hora, o corpo sente a falta da nicotina, o que leva o indivíduo a querer fumar mais”. Continue lendo Dia Mundial sem Tabaco comemora 24 anos

31 de maio: Dia Internacional sem Tabaco

Nunca é demais alertar que o hábito de fumar provoca uma série de malefícios ao corpo humano. O cigarro contém mais de 4.500 substâncias tóxicas como alcatrão, polônio 210 e urânio (sendo que os dois últimos são radioativos), dentre as quais 43 comprovadamente cancerígenas. No Brasil, o tabagismo é responsável por mais de 120 mil mortes ao ano.

Na luta para reduzir o número de fumantes e vítimas em todo planeta, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o 31 de maio como “Dia Mundial Sem Tabaco”. Uma boa oportunidade para quem não consegue se desvincular do vício tomar uma atitude, pensando em uma vida mais saudável no futuro.

Ambiente livre de cigarros diminui taxa de câncer de mama

Mulheres que moram ou trabalham em locais sem cigarro estão menos propensas a desenvolver ou morrer de câncer de mama, diz uma recente pesquisa.

Um grupo de pesquisadores norte-americanos comparou os índices de mortalidade e incidência da doença em casas e escritórios sem cigarro aos índices estaduais daquele país. Os estados com o maior número de locais sem fumantes apresentaram um índice significantemente menor de mortes por câncer de mama, especialmente entre as mulheres jovens na pré-menopausa.

A estimativa dos pesquisadores é que em torno de 20% da mudança nos índices de mortalidade por câncer de mama seja justificada por novas práticas e políticas de casas e escritórios sem cigarros.

Conduzido pelo departamento de comportamento de saúde do Roswell Park Cancer Institute de Buffalo, Nova York, o estudo foi publicado este mês em uma prévia da edição impressa do periódico Tobacco Control.

“Mesmo que as evidências da relação tabagismo passivo e riscos de câncer de mama continuem controversas, este estudo mostra uma correlação inversa bastante forte. Estados americanos com maior incidência de mulheres que trabalham ou vivem em ambientes sem cigarro apresentam menores índices de câncer de mama”, disse Andrew Hyland, autor do estudo.

Seu colega K. Michael Cummings complementou a idéia: “Este estudo fornece mais uma razão para que as pessoas deixem o cigarro e evitem o tabagismo passivo”.

Fonte: Correio do Estado