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Por trás da fumaça do narguilé

“Os efeitos que o narguilé provoca são os mesmos do cigarro. Na verdade, os efeitos são potencializados  pelo maior volume inalado. Pode causar dependência física e psíquica, câncer de pulmão, de vias aéreas, da boca e língua, doenças cardíacas e todas as demais relacionadas ao fumo”, argumenta dr Luiz Ricardo, que também é responsável pela edição do site http://www.pneumologia.med.br, criado para alertar fumantes sobre os males do fumo, incluindo o narguilé.

Uma sessão de narguilé, como se chamam as experimentações quase sempre coletivas da substância, “expõe o usuário à inalação de fumaça por um período muito maior que o cigarro, pois uma sessão dura até cerca de uma hora, com um volume de tragadas de até um litro. O cigarro, para comparação, dura entre cinco a sete minutos, com cerca de 50 ml. Portanto, em uma sessão o volume pode ser equivalente a 100 cigarros ou mais. É uma exposição mais prolongada e mais concentrada, desta forma potencializando os riscos ao organismo. As quantidades de metais pesados, de nicotina, monóxido de carbono e substancias cancerígenas também estão aumentadas”, alerta o médico.

Veja  a reportagem completa no site do “OEstadoRJ

Um exemplo a ser seguido

Esta semana li a história de um cearense, o sr. Nilo Veloso.

Vale a pena contá-la aqui.

O sr. Nilo era um fumante inveterado, desde os dezoito anos de idade. Fumava cerca de 3 maços por dia, 60 cigarros. Já na meia idade, há seis anos resolveu que era hora de parar. Acima do peso, com falta de ar ao se movimentar, achou que já tinha fumado muito mais do que devia.

Começou a guardar o dinheiro que gastaria em cigarros: R$ 15 por dia.

Conforme suas próprias palavras: emagreceu 22 quilos, começou a fazer esportes, principalmente ciclismo, ao comprar uma bicicleta com parte do dinheiro que economizou. ” – Eu rejuvenesci. Tudo melhorou: a pele, o gosto da água, a qualidade de vida, a convivência”, afirma Veloso.

Hoje, tem fôlego para pedalar até 40 quilometros por dia. Seu filho, que é “personal trainer”, acompanhou de perto a evolução da saúde do pai e o estimulou, com as orientações necessárias.

Mas, além de recuperar a saúde, a economia do cigarro rendeu muito mais: um carro, notebooks, duas viagens, sendo uma delas para Buenos Aires. No total, a economia chegou a trinta mil reais. É fácil: são R$ 450 por mês, R$ 5.400 por ano. Com os juros da poupança, passa disso.

E a economia, moeda por moeda, nota por nota, incentivou a família a fazer o mesmo. Hoje, todos os filhos poupam o que podem, estimulados pela conquista do pai.

O cigarro ainda é a maior causa de morte evitável da humanidade. Muitas crianças começam a fumar ainda bem jovens, seguindo o mau exemplo dos pais. Hoje, quase cinco milhões de pessoas morrem em todo o mundo, por ano, vítimas de doenças causadas pelo cigarro.

Apesar de todas as alegações contrárias dos fabricantes de cigarro e de alguns defensores equivocados, o cigarro é comprovadamente uma droga nociva, causadora de câncer, enfisema, bronquite crônica, infarto do miocárdio, derrames e mais uma centena de doenças sérias.

Então, se tudo isto ainda não são motivos para parar de fumar, que tal pensar no bolso? Conheço muita gente que já fumou diversos carros e ainda anda de ônibus.

Pense nisso. O Sr. Nilo está aí para provar o contrário.

INCA rebate manifesto feito pela indústria do tabaco

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão do Ministério da Saúde e Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS), vem a público externar sua indignação com relação às informações que vêm sendo divulgadas – em publicidade paga – por organismos ligados à indústria do tabaco.

É fato científico que o consumo dos produtos de tabaco provoca a morte de 5 milhões de pessoas a cada ano no mundo. No Brasil, são 200 mil mortes anuais. Ao todo, são 25 milhões de fumantes no nosso país. A população precisa ser e estar bem informada sobre os riscos para a saúde provocados pelo consumo dos produtos do tabaco, assim como das vantagens de abandonar o consumo. E também deve saber sobre a atuação da indústria do tabaco e sobre as consequências sanitárias, econômicas e ambientais da produção e do consumo do tabaco e seus derivados.

Nos últimos anos a indústria do tabaco introduziu uma ampla variedade de aromas e sabores atraentes, em marcas e produtos específicos, incluindo cigarros, charutos, tabaco sem fumaça, kreteks, bidis e narguilé. O objetivo é tornar seu produto agradável, acrescentando aditivos variados, tais como: açúcar, mel, cereja, tutti-frutti, chocolate, dentre outros, com único objetivo: atrair jovens.

Os aditivos visam mascarar tanto o gosto ruim, a irritação e a tosse que a fumaça do tabaco provoca, como facilitar a primeira tragada e desenvolver dependência à nicotina. Vários estudos indicam que os adolescentes são especialmente vulneráveis a esses efeitos e têm uma maior probabilidade do que os adultos desenvolverem dependência ao tabaco. Muitos dos aditivos, inclusive o açúcar, ao serem queimados durante o ato de fumar, se transformam em substâncias altamente tóxicas e cancerígenas. Continue lendo INCA rebate manifesto feito pela indústria do tabaco

O cigarro

Dr. Dráuzio Varella

Adquiri a convicção de que a nicotina causa a mais devastadora das dependências químicas.

O cigarro é o mais abjeto dos crimes já cometidos pelo capitalismo internacional.

Você acha que exagero, leitor? Compare-o com outros grandes delitos capitalistas; a escravidão, por exemplo: quantos viveram como escravos? E quantas crianças, mulheres e homens foram escravizados pela dependência de nicotina desde que essa praga se espalhou pelo mundo, a partir do início do século 20? 


O primeiro crime foi perpetrado contra algumas centenas de milhares de pessoas; o segundo contra mais de 1 bilhão. Na história da humanidade, jamais o interesse financeiro de meia dúzia de grupos multinacionais disseminou tantas mortes pelos cinco continentes: 5 milhões por ano -200 mil das quais no Brasil.

Faço essas reflexões por causa de uma série que estamos levando ao ar no Fantástico, da TV Globo, com o objetivo de dar força aos que pretendem parar de fumar. Para escolher os personagens, pedimos aos espectadores que nos enviassem vídeos explicando por que razões pediam ajuda para livrar-se do cigarro.
As cenas são dramáticas. Mulheres e homens de todas as idades que se confessam pusilânimes diante do vício, incapazes de resistir às crises de abstinência que se repetem a cada vinte minutos. Continue lendo O cigarro

Gripe suína: pandemia ou pandemônio?

No momento em que escrevo este texto, a população encontra-se alarmada com a pandemia de gripe suína. A palavra pandemia é sinônimo de epidemia generalizada.

Agora há pouco, o Ministro da Saúde divulgou que cerca de duzentas mortes já ocorreram no país.  Quando vocês estiverem lendo este texto, o número já deve ser maior.

Os pronto-socorros estão lotados, estamos trabalhando com horários extras nos consultórios, as pessoas querem consultas para hoje, todas se considerando “casos urgentes”.

Estamos assistindo a muita cobertura da mídia, mas também muita boataria na internet, e muita fofoca. Informação correta é bom para todos, mas “desinformação” não ajuda em nada. Chegaram a divulgar que mais de vinte médicos de uma capital tinham morrido. O que foi prontamente desmentido pelo plano de saúde ao qual pertenceriam. Continue lendo Gripe suína: pandemia ou pandemônio?

Lei anti-fumo: valores de multas são fixados

antifumoA multa inicial pelo desrespeito à lei antifumo ficará entre R$ 792,50 e R$ 1.585, de acordo com resolução publicada nesta sexta-feira (17) no Diário Oficial do Estado.

Na segunda irregularidade, a cobrança será dobrada e, na terceira autuação, o estabelecimento comercial poderá ser totalmente interditado por 48 horas. Caso volte a desrespeitar a lei, as outras interdições serão por 30 dias.

A lei antifumo entra em vigor no dia 7 de agosto. Pela nova determinação, não será mais permitido fumar nas áreas comuns de uso coletivo. O governo determinou que as multas iniciais aplicadas pelo Procon e pelo Centro de Vigilância Sanitária devem variar entre 50 e 100 Ufesps (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), cujo valor em 2009 é de R$ 15,85. Continue lendo Lei anti-fumo: valores de multas são fixados

A lei anti-fumo será boa para a sociedade?

Recentemente o governador José Serra enviou para aprovação na Assembléia Legislativa do Estado a Lei Anti-Fumo.

Por esta lei, não se pode mais fumar em qualquer lugar, público ou privado, no Estado de São Paulo, a não ser em locais abertos, como as ruas, por exemplo, ou na própria casa do fumante. A lei foi aprovada no início deste mês, e até a data em que escrevo estas linhas, estava para ser assinada pelo governador.

Os donos de bares e restaurantes têm protestado, alegando que serão obrigados a demitir funcionários, que estamos em uma época de crise, que isto vai fazer cair o faturamento, e outras queixas mais.

Mas,  isto já ocorreu em outros locais? O que aconteceu depois que a lei foi implantada em outros países? Continue lendo A lei anti-fumo será boa para a sociedade?

Medicina Alternativa, não. Alternativas à Medicina?

Começo dizendo que não existe Medicina Alternativa. Esta é uma expressão criada apenas para confundir o leigo, ou seja, a população não-médica, com a única intenção de se criar um pensamento coletivo de que se esteja sendo tratado de outra forma, diferente da medicina que ele conhece.

Ora, ou é Medicina, ou não é Medicina. O que chamam de “medicina alternativa” engloba várias correntes de “terapias”, que compreendem, entre outras, “terapia holística”, “cromoterapia”, “aromaterapia”, “terapia energética”, “florais de Bach”, “iridologia”, “termoterapia (ou massagem das pedras quentes), “magnetoterapia”, “reflexologia”, e muitas outras que proliferam mundo afora. Na verdade, estas “pseudo-ciências” são consideradas como não-médicas justamente por não existirem estudos científicos sérios que comprovem seus benefícios, embora muitos possam alegar o contrário. Então, não podem ser chamadas de medicina alternativa, mas sim de “alternativas à Medicina”. Continue lendo Medicina Alternativa, não. Alternativas à Medicina?

Qual exame é o melhor?

Three laboratory retortsFreqüentemente somos questionados pelos pacientes sobre qual exame é o melhor. A tomografia computadorizada? A ressonância magnética? Ou o bom e velho raio-X?

As alterações tecnológicas na medicina ocorrem de forma diferente que de outras áreas. Na música, por exemplo, a tecnologia permitiu a substituição dos antigos discos de vinil pelos CDs, depois pelo MP3. Na medicina as tecnologias permanecem e se complementam.

Então, a resposta é sempre a mesma. Qual a finalidade do exame? A melhor resposta é “depende”.

Na imensa maioria das vezes, um exame clínico bem feito resolve muitas situações. Um raio-X mostra muita coisa. Uma tomografia o complementa, mas não o substitui, e uma ressonância pode não ajudar em nada em algumas situações, e ser de extrema necessidade em outras. Exames simples de sangue podem definir um diagnóstico, ao contrário de outros mais sofisticados, porém mal solicitados. Continue lendo Qual exame é o melhor?