Qual exame é o melhor?

Three laboratory retortsFreqüentemente somos questionados pelos pacientes sobre qual exame é o melhor. A tomografia computadorizada? A ressonância magnética? Ou o bom e velho raio-X?

As alterações tecnológicas na medicina ocorrem de forma diferente que de outras áreas. Na música, por exemplo, a tecnologia permitiu a substituição dos antigos discos de vinil pelos CDs, depois pelo MP3. Na medicina as tecnologias permanecem e se complementam.

Então, a resposta é sempre a mesma. Qual a finalidade do exame? A melhor resposta é “depende”.

Na imensa maioria das vezes, um exame clínico bem feito resolve muitas situações. Um raio-X mostra muita coisa. Uma tomografia o complementa, mas não o substitui, e uma ressonância pode não ajudar em nada em algumas situações, e ser de extrema necessidade em outras. Exames simples de sangue podem definir um diagnóstico, ao contrário de outros mais sofisticados, porém mal solicitados.

Os exames complementares servem ao médico com um único propósito: auxiliar no diagnóstico. Nenhum exame é substituto do médico e nenhum exame faz diagnóstico sozinho. Por exemplo, uma tomografia ou uma ressonância são registros em imagem de uma determinada condição. É a mesma coisa que você ver uma fotografia de alguém e julgar apenas pela face se a pessoa é boa ou ruim. Pode parecer boa, mas ser uma “casca grossa”, ou o contrário, um rosto tenebroso com um coração enorme. Mas se conhecermos a face, o caráter, o comportamento, podemos ter uma melhor idéia de quem se trata.

Assim é na Medicina. A consulta médica bem estruturada busca as informações sobre a doença, o comportamento, o tempo de evolução, os sinais e sintomas associados, e tudo que possa a ajudar a montar o quebra-cabeça. O bom médico ainda é e será aquele que tem o convívio com o paciente, que o examina adequadamente. Que faz as perguntas certas e que se mantém atualizado em seus conhecimentos. Aquele que toca o paciente com os dedos, que o ausculta, que o acompanha. Que constrói uma relação médico-paciente sólida e de confiança. Que pede o exame certo para a situação.

Não é aquele médico da moda, aquele que faz dietas milagrosas ou o exame que mede tudo, aquele que fica atrás da cadeira, apenas checando resultados normais ou alterados. Dá a impressão que o doente entra saudável no consultório, e sai doente, pois algum exame deu “alterado”.

A realização de um monte de exames, não encontra justificativa científica em local algum, sem a adequada consulta. Vejo pedidos médicos com mais de 20 ou 30 exames diferentes, repetidos a cada três meses, muitas vezes solicitados por médicos sem especialização nenhuma, apenas para contentar o paciente ou para dar a impressão de que está preocupado em tratar de tudo. Desconfie destes profissionais. Só encarecem a medicina e resolvem pouco.

Dr. Luiz Ricardo Menezes Bastos

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