Mais informações sobre a gripe suína

Vírus H1N1 da gripe suína
Vírus A/H1N1 da gripe suína

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia divulgou mais informações sobre a gripe suína.

A Gripe clássica e a Gripe suína: Semelhanças e diferenças

A gripe clássica é causada pelo vírus Influenza, família dos Ortomixovírus. Subdivide-se em três tipos: ” A” , “B” e “C”, segundo sua diversidade antigênica. São altamente contagiosos e mutáveis, sendo o do tipo “A”, o mais suscetível à mutabilidade. Os vírus do tipo A e B causam maior morbidade e mortalidade que o tipo “C”, e são os de maior destaque para a saúde pública. Os três tipos de vírus acometem humanos. O tipo “C” também infecta suínos e o do tipo “A”, além de humanos e suínos, aparece em ampla faixa do reino animal, podendo causar epidemias e pandemias.

Até às 19 horas de 28 de abril de 2009 sete países oficialmente relataram de gripe suína pelo Influenza A/H1N1. Os Estados Unidos relataram 64 casos confirmados laboratorialmente e nenhuma morte. O México confirmou 26 casos e sete mortes. O Canadá tem seis casos, Nova Zelândia três, Reino Unido dois, Isarel dois e Espanha dois casos. Até o momento o Brasil tem 20 casos em monitoramento, mas nenhum confirmado. Informações adicionais sobre os casos devem ser buscados na página eletrônica do Ministério da Saúde do Brasil.

Modo de Transmissão

De uma maneira geral, a transmissão ocorre quando indivíduos infectados emitem pequenas gotas de aerossol ao espirrar, falar ou tossir. Pode também ocorrer transmissão direta a partir de aves e suínos. No entanto, até o momento, nenhum nexo causal foi relatado de que os casos de gripe chamada suína, pelo Influenza A H1N1 tenha se originado do contato do homem com algum porco infectado, como aconteceu nos casos de gripe aviária.

Período de Incubação

Na gripe clássica é de 1 a 4 dias. Até o momento, os casos de gripe suína relatados no México variaram de 2 a 7 dias.

Período de Transmissibilidade

Até dois dias antes e até cinco dias após o aparecimento dos sintomas.

Quadro Clínico

O quadro de Influenza clássica se manifesta pela presença de febre, tosse, dor de garganta, cefaléia, mialgias e dores articulares. Os casos de gripe suína se manifestaram com febre repentina acima de 38oC e tosse, acompanhadas ou não de dispnéia, cefaléia, mailagia e artralgia. Os casos relatados predominaram em jovens e a taxa de mortalidade está ao redor de 6%.

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial da influenza inclui uma grande variedade de infecções respiratórias agudas de causas virais. Além disso, passa a ser importante diante da possibilidade do Brasil ser atingido pela gripe suína diferenciar a Influenza clássica da Influenza suína H1N1. Até o momento a história de febre acima de 38oC e tosse em indivíduo oriundo de área de risco, isto é, dos países com casos confirmados deve ser considerado um caso de risco de Influenza suína. Casos clínicos de gripe sem história de viagem para estas áreas são mais sugestivos da Influenza clássica. Algumas outras viroses precisam ser consideradas no diagnóstico diferencial como as provocadas pelo Vírus Sincicial Respiratório e pelo Adenovírus. O quadro sintomático na influenza é mais intenso que em outras infecções, porém, em muitos casos, o diagnóstico diferencial apenas clínico torna-se difícil.

Diagnóstico Laboratorial

A coleta, transporte, processamento e armazenamento são fundamentais no diagnóstico da infecção viral. Duas técnicas são utilizadas para o diagnóstico da influenza: a reação de imunofluorescência indireta e cultura para isolamento viral. No caso do vírus do tipo “A”, é essencial que seja feito uma tipagem completa para que ele seja introduzido na composição anual da vacina do hemisfério sul.

A imunofluorescência indireta é realizada em laboratórios estaduais que utilizam um painel que indica a presença da influenza e de outros dois vírus respiratórios (vírus sincicial respiratório e adenovírus). A cultura é realizada somente para os casos de infecção do vírus Influenza, em um dos três laboratórios de referência nacional (Instituto Evandro Chagas/MS, Fiocruz/MS e Instituto Adolfo Lutz/SP), que também fazem a caracterização antigênica inicial, completada nos laboratórios de referência internacional da Organização Mundial de Saúde. As amostras clínicas devem ser coletadas até três dias do início dos sintomas para um melhor êxito no diagnóstico.

Os casos suspeitos de gripe suína devem ter material coletado, mas anteriormente os Centros de vigilância municipal e estadual devem ser informados.

Tratamento

No estágio agudo da doença, repouso e uma boa hidratação são as principais recomendações. Os medicamentos antitérmicos podem ser utilizados, devendo-se evitar o emprego do Ácido Acetil Salicílico, que não é aconselhável para crianças e para portadores de Dengue. Medidas de suporte intensivo serão necessárias em caso de complicações graves nos pulmões, a fim de evitar possíveis casos de pneumonia. Oseltamivir e o Zanamivir são fármacos que podem ser utilizados nos casos graves em que se suspeita de gripe suína.

Vigilância Epidemiológica

Uma rede de unidades sentinelas, localizadas nas cinco macro-regiões brasileiras, é responsável pela vigilância de casos de infecção pelo vírus Influenza. Semanalmente, são coletadas amostras clínicas para efetuar exames laboratoriais e informados os atendimentos de Síndrome Gripal.

Os casos são separados em três categorias. Casos suspeitos são de pessoas em estágio agudo da doença, com duração máxima de cinco dias com febre e pelo menos um sintoma respiratório, com ou sem outros sintomas. Confirmados são os identificados por exames laboratoriais. E descartados são os que têm resultado de exame negativo, em amostra colhida e transportada de forma correta ou se identificado laboratorialmente outro agente causador.

Notificação

A notificação da doença não é compulsória. Os dados das unidades sentinelas são informados por meio do Sistema de Informação da Vigilância da Influenza (SIVEP – Gripe) pela web. No entanto, as suspeitas de surtos ou de gripe suína deverão ser informadas à Secretaria Municipal e Estadual de Saúde e à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Recomendações do Ministério da Saúde com relação a gripe suína:

Aos viajantes que se destinam às áreas afetadas:

• Usar máscaras cirúrgicas descartáveis, durante toda a permanência nas áreas afetadas. Substituir sempre que necessário.
• Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.
• Evitar locais com aglomeração de pessoas.
• Evitar o contato direto com pessoas doentes.
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
• Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
• Lavar as mãos freqüentemente com sabão e água, especialmente depois de tossir ou espirrar.
• Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes a esses países.
• Não usar medicamentos sem orientação médica.

Atenção! Todos os viajantes devem ficar atentos também às medidas preventivas recomendadas pelas autoridades nacionais das áreas afetadas.

Aos viajantes que estão voltando de áreas afetadas:

Viajantes (que estiveram em áreas afetadas nos últimos 10 dias), procedentes nos últimos 10 dias, do México ou das áreas afetadas dos EUA e do Canadá e que apresentem o seguinte quadro clínico: febre alta repentina, superior a 38ºC, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, musculares e nas articulações, devem:

• Procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima.
• Informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.


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Um comentário em “Mais informações sobre a gripe suína”

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